Logo após a abertura, do IV Encontro de Cooperativas dos países do Brics, que aconteceu nesta quinta-feira (15/05), durante a Expocoop 2014, em Curitiba, houve a apresentação de várias experiências do movimento cooperativista vivenciadas no Brasil, China, Rússia, África do Sul e Índia. O presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM e diretor da OCB, representante da região Norte, Petrúcio Magalhães Júnior, abriu os trabalhos, explicando como é a estrutura e o funcionamento do sistema cooperativista do Brasil, formado por 6.600 cooperativas e 11 milhões de cooperados.
África do Sul– Superar um passado de segregação e fomentar as cooperativas para que se consolidem e ampliem sua presença em todos os ramos econômicos. Esses são os principais desafios do cooperativismo na África do Sul, de acordo com a apresentação do enviado especial para assuntos, Jeffrey Ndumo. “Somente a partir de uma lei aprovada em 2005, é que o cooperativismo tornou-se possível para todos os cidadãos do país. Antes, organizar-se em cooperativas era proibido aos cidadãos negros”, lembrou. “Temos numerosas cooperativas, instituições jovens que precisam de apoio para se desenvolverem”, ressaltou. “A maioria das cooperativas atua no setor primário, principalmente na agricultura. O desafio é estimular que os empreendimentos cooperativistas também cresçam nos demais setores da economia, não apenas nos setores agropecuário e de pesca", disse. Atualmente, existem 86 mil cooperativas na África do Sul.
China – É preciso diminuir distâncias e criar laços de confiança entre as cooperativas dos países dos Brics, para que negócios duradouros possam acontecer. Esse objetivo deve ser o norte das discussões envolvendo as nações emergentes, defendeu o representante chinês, que falou sobre o sistema cooperativista chinês, especialmente da atuação da China Coop, a maior central de cooperativas do país asiático. “As discussões envolvendo os países emergentes precisam criar relações de comprometimento entre as cooperativas, para que canais de negócios surjam e favorecem a integração e o comércio intercooperativo. Para que ampliemos os negócios, precisamos saber com quem negociar. Por isso, reafirmamos a necessidade de desenvolver laços de confiança e intercooperação”, disse Xu Ming Feng. A China Coop tem mais de 90 mil cooperativas filiadas.
Índia – Na Índia, país com mais de 1,2 bilhão de habitantes, o cooperativismo desempenha importante função para o desenvolvimento econômico e social, sobretudo nas populações mais pobres. Importância social reconhecida pelo governo, que considera o sistema cooperativista parceiro na implantação de políticas públicas que reduzam a desigualdade e a miséria. “A Índia foi o primeiro país do mundo a declarar o cooperativismo um direito fundamental de cidadania”, ressaltou Dalip Sing, secretário adicional para o cooperativismo do Ministério da Agricultura da Índia. O país tem 6 milhões de cooperativas, que congregam 240 milhões de cooperados. “Precisamos popularizar o modelo do cooperativismo de negócios sustentáveis, atraindo mais mulheres e jovens para o movimento. Outro desafio é melhorar a imagem das marcas das cooperativas”, disse. Sing acredita que a intercooperação entre as cooperativas dos países Brics tem amplas possibilidades de se intensificar. “Podemos abrir mais canais de negociação e dividir nossas experiências exitosas”, concluiu.
Rússia – Em algumas regiões remotas da Rússia, os serviços comerciais só são possíveis porque as cooperativas estão presentes. Essa presença é importante também para o desenvolvimento da infraestrutura rural, ressaltou a consulesa da Rússia no Brasil, Ekatarina Spitsyna. Durante a apresentação de seu caso, a consulesa demonstrou o trabalho da federação das cooperativas de consumo CentroSujuz, que gera 210 mil empregos diretos. Somente na área rural, as cooperativas ligadas à Federação congregam 11 milhões de produtores, que conseguem crédito com taxas diferenciadas. Quanto a intercooperação entre os Brics, ela considera que o trabalho pode ser intensificado. “Poderemos trabalhar em conjunto no desenvolvimento de tecnologias, educação cooperativista, formação de profissionais e intercâmbio de experiências nos mais variados setores, assim como no fomento dos ramos saúde e turismo”, concluiu.
Fonte: Sistema Ocepar
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