Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Mulheres de movimentos sociais do campo que integram a Marcha das
Margaridas se reuniram hoje (3) com ministros para reivindicar o cumprimento das
demanda apresentadas na marcha ocorrida em agosto do ano passado. Ao final,
ficou acertado que o governo vai liberar R$ 25 milhões para financiar projetos
de desenvolvimento econômico e social já selecionados por superintendências
regionais do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
De acordo com Carlos Guedes, presidente do Incra, os projetos vão beneficiar
mais de 8 mil mulheres assentadas com ações de apoio à produção. “São para
atividades desenvolvidas especificamente por essas mulheres assentadas para
adquirir animais, melhorar a atividades dentro do lote e também outras
atividades. É um recurso financiado”, disse.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o
ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e o
ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, também participaram da
reunião.
Um ano após da marcha, a secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais da
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Carmen Foro,
disse que ainda falta a efetivação de diversos itens da pauta do ano passado,
cujas reivindicações o governo assumiu o compromisso de atender. Ela destacou a
falta de participação dos movimentos sociais na construção da Política Nacional
de Agroecologia e Produção Orgânica (Pnapo), em discussão no governo.
“Nos produzimos um conjunto de propostas que não foram incorporadas à
Política Nacional de Agroecologia e nossa pedida é para que o governo inclua
questões, no decreto que vai cria a política, que para nós são fundamentais.
Essa política se contrapõe à produção de alimentos com o uso abusivo de
agrotóxicos”, explicou ela.
Segundo Carmen Foro, as 40 representantes da Marcha das Margaridas que
participaram da reunião no Palácio do Planalto ouviram do ministro Gilberto
Carvalho que os movimentos sociais serão chamados para apresentar sugestões à
política. “Queremos também uma mesa de negociação que trate da questão da terra,
da violência, da autonomia das mulheres”, completou a secretária da Contag.
Em relação ao combate à violência contra mulheres no campo, a secretária
executiva da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Lourdes Bandeira, disse
que há uma ação do governo para, entre 2012 e 2014, implantar 54 unidades de
atendimento móvel que vai atuar em locais onde não há delegacias de polícia.
Com um chapéu de palha enfeitado com um laço colorido, a
presidenta Dilma Rousseff participou do encerramento da manifestação do ano
passado, que reuniu cerca de 45 mil pessoas, segundo a Secretaria de Segurança
Pública do Distrito Federal (DF).
Edição: Davi Oliveira
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