De acordo com o estudo, as hidrovias deverão captar
11% do volume total de cargas que circulará na área de influência das seis
principais bacias hidrográficas do país no início da próxima década, o que
representa 228 milhões de toneladas.
O país também deverá ganhar mais
cinco mil quilômetros de hidrovias até 2020, totalizando 25 mil quilômetros.
Mas, para tanto, os investimentos deverão contemplar as outras hidrovias
brasileiras, além das seis hidrovias (Sul, Amazônica, Paraná-Tietê,
Tocantins-Araguaia, Paraná-Paraguai e São Francisco) contempladas no estudo. Até
2030, o país deverá ampliar em 50% a sua malha hidroviária, saindo dos atuais 20
mil quilômetros para cerca de 30 mil quilômetros.
O diretor executivo do
Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, parabenizou a Antaq pelo plano
nacional. “O governo federal está trabalhando em três níveis de planos,
integrando três pastas ligadas às hidrovias, pela primeira vez no país”, disse.
O Movimento Pró-Logística, encabeçado pela Aprosoja-MT, teve forte atuação na
elaboração, com troca de informações e fornecimento de dados.
Ao
apresentar o PNIH, o superintendente de Navegação Interior da ANTAQ, Adalberto
Tokarski, destacou a importância do estudo para ajudar a melhorar a eficiência
da logística de transportes do país. “O PNIH vai ajudar a mudar a participação
do modal hidroviário na matriz brasileira de transporte. Com ele, nós poderemos,
por exemplo, conhecer a melhor rota para escoamento de uma carga, a partir de
uma determinada região produtora, e comparar a eficiência dos modais aquaviário,
rodoviário e ferroviário nessa rota”, observou.
Segundo ele, o PNIH
também contempla o levantamento de diversas áreas com potencial para implantação
de novas hidrovias, portos e terminais no interior do país, identificando os
produtos mais relevantes em cada região, trazendo ainda dados importantes para a
elaboração das políticas públicas do setor, como a quantificação dos fluxos
atuais e a projeção dos fluxos futuros de comercialização e transporte.
Para a execução do Plano Nacional de Integração Hidroviária foi
constituída e implantada uma base de dados georreferenciada, que agregou
informações da própria ANTAQ e de outras instituições públicas e privadas. E
para potencializar os estudos, foi desenvolvida uma ferramenta, chamada GIS
(Geographic Information System) – SIGTAQ. O estudo foi elaborado por técnicos da
Agência e do Laboratório de Transportes da Universidade Federal de Santa
Catarina (LabTrans/UFSC) e levou dois anos para ser concluído.
Hidrovias
- O PNIH contemplou seis das principais bacias hidrográficas brasileiras em
cenários quinquenais que vão de 2015 a 2030. Na hidrovia Tietê-Paraná, por
exemplo, deverão circular 28 milhões de toneladas de cargas em 2020,
representando 3,4% do volume total de cargas da sua área de influência. A
Hidrovia do Sul, contudo, é a que deverá ter maior participação em relação ao
total de cargas transportadas na sua área de influência no início da próxima
década, atingindo 48,3% do total das cargas, com 55 milhões de toneladas.
As hidrovias Amazônica, Paraná-Paraguai, São Francisco e
Tocantins-Araguaia representarão em relação às cargas transportadas em sua área
de influência, respectivamente, 25,7% (98 milhões de toneladas), 37,3% (23
milhões de toneladas), 0,8% (3,6 milhões de toneladas) e 8,4% (18,7 milhões de
toneladas).
O especialista em navegação interior da Agência, Eduardo
Queiroz, disse que, devido à sua localização central e à ligação com importantes
portos do norte do Brasil, como Belém, Vila do Conde e Barcarena, a Hidrovia
Tocantins-Araguaia poderá vir a ser uma importante via de ligação na região
Centro-Norte do país, com a expansão dos seus trechos navegáveis. “O estudo
mostra um aumento substancial na movimentação nessa hidrovia com as ampliações
de navegabilidade nos trechos dos rios Araguaia e das Mortes, em 2025 e 2030.
Com isso, a hidrovia passará a contar com terminais mais próximos das áreas
produtoras de grãos do Mato Grosso e Goiás”, apontou.
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