Data: 23/01/2014 | ||
Um documento com cinco mil assinaturas de moradores dos
municípios de Apuí, Manicoré e Distrito de Santo Antônio do Matupi, no Sul do
Amazonas, em apoio à retirada definitiva do pedágio cobrado pelos indígenas da
etnia Tanharim, na Rodovia Federal Transamazônica (BR-230), foi entregue na sede
do Ministério Público Federal (MPF), em Manaus, na tarde desta quarta-feira
(22/01).
Após protocolar o abaixo–assinado, o presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, juntamente
com o presidente do Sindicato Rural do Sul do Amazonas (SINDISUL), Carlos Koch,
e o prefeito de Apuí, Adimilson Nogueira, se reuniram com o procurador-chefe do
MPF, Júlio José Araújo Júnior. Na pauta a insegurança da população que aguarda
respostas pelo desaparecimento de três pessoas e o fim da cobrança do
pedágio.
Durante a reunião o presidente da FAEA, Muni Lourenço, disse que
a cobrança ilegal de pedágio onera indevidamente os produtores rurais e a
população que necessita passar pela local. A instituição defende a instalação de
um posto da Polícia Rodoviária Federal na rodovia.
“As assinaturas que
foram entregues são uma forma de manifestação contra a cobrança do pedágio, que
está ao longo dos anos ocasionando constrangimentos e humilhações. A população
do Sul do Amazonas está temerosa sem saber o que poderá acontecer se essa
situação continuar. Acreditamos na justiça e esperamos que o abaixo-assinado
colabore com o MPF”, disse Lourenço.
O sentimento de medo e insegurança
por parte da população foi expressada pelo prefeito de Apuí, Adimilson Nogueira.
“O que pedimos são respostas para que essa situação seja esclarecida o mais
breve possível; e que o pedágio seja definitivamente cancelado. Hoje as pessoas
têm medo de parar com a família na reserva. Acreditamos que, enquanto demorar a
esclarecer esse assunto esse sentimento vai continuar, até mesmo pessoas que
estavam pensando em investir na cidade recuaram o que prejudica a economia”,
afirmou o prefeito.
O presidente do SINDISUL, Carlos Koch, pediu ao
procurador durante a reunião que olhasse pela população do Sul do Amazonas. “Nós
produtores rurais que ficamos dia a dia produzindo alimentos, só queremos
trabalhar em paz. Estamos dizendo não, a retomada do pedágio ilegal. Quero
deixar claro que não temos nada contra a comunidade indígena o que queremos é
que a justiça seja feita”.
Para o procurador chefe do MPF, Júlio José
Araújo Júnior, o Ministério é para toda a população; ressaltou que a reunião foi
bastante produtiva e que o diálogo foi muito importante. Disse ainda aos
participantes do encontro que a instituição não fecha os olhos para a população
não indígena. Com relação ao pedágio foi sucinto ao informar que o MPF está
acompanhando os desdobramentos.
Entenda o caso
Os conflitos em
Humaitá, e no Distrito de Santo Antônio do Matupi, na BR 230, transformou a
rotina dos moradores da região. O clima nos municípios é de insegurança a mais
de um mês.
Esta situação ocorre após o desaparecimento de três homens
possivelmente dentro da Reserva Tenharim no dia 16 de dezembro de 2013.
Moradores dos municípios culpam os índios pelo sumiço, dizendo que foi uma
retaliação pela morte do cacique Ivan Tenharim. Os índios negam envolvimento com
os desaparecimentos.
O Exército, policiais civis e militares, Policia
Federal, já se encontram no local realizando as investigações e a segurança.
Durante os protestos da população, as bases do pedágio foram destruídas e o
pedágio não voltou a ser cobrado. Os índios alegam que a cobrança é uma forma de
compensação.
Diárcara
Ribeiro
Assessora de Comunicação
Sistema FAEA-SENAR
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sábado, 25 de janeiro de 2014
Presidente da FAEA, Muni Lourenço, se reúne com procurador chefe do MPF e entrega abaixo assinado contra o pedágio ilegal na Transamazônica
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