terça-feira, 15 de abril de 2014

Setor avícola gaúcho reivindica política para abastecimento de grãos no Estado

Presidente da Asgav, Nestor Freiberger, ressalta a importância de o Rio Grande do Sul ser autossuficiente na produção de soja e milho

O Rio Grande do Sul produz 173 vezes mais MILHO do que o AMAZONAS, ou seja,  eles produzem 5,3 milhões de toneladas, e o AM apenas 31,8 mil toneladas. Mesmo assim, as discussões por lá giram em torno da autossuficiência na produção de milho e soja para evitar o desabastecimento. Recentemente, em evento na FAEA, o presidente Muni Lourenço lembrou que, ano passado, em audiência com o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, para reivindicar milho ao Amazonas, ouviu de um ministro espantado a seguinte frase: "vocês criam aves e não produzem milho??".  É isso mesmo, é a dura realidade dos criadores rurais do Amazonas que são 100% dependentes da produção de outros estados e dos programas federais de abastecimento. Essa situação não pode continuar pro bem da economia local e dos consumidores de carnes e ovos. Já tem tempo que a FAEA encaminhou pleito ao Sistema Sepror sugerindo que seja priorizada a produção de milho no Amazonas. Não sei se já teve resposta. Entendo que também a Fetagri deva pautar esse importante tema em suas discussões internas e externas.
Os problemas com o fornecimento de energia e o abastecimento de grãos no Rio Grande do Sul ganharam destaque na posse do reeleito presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Nestor Freiberger. No ano passado, a avicultura gaúcha abateu 780 milhões de aves e produziu 1,6 milhão de toneladas de carne de frango. Neste ano, a missão é superar alguns obstáculos do passado, como o abastacimento de grãos.

No Rio Grande do Sul, o setor consome quase 3 milhões de toneladas de milho ao ano. Para suprir a demanda, o presidente da Asgav acredita que é preciso aumentar a produção de milho e soja no Estado. Ele ressalta a importância de políticas do governo para incentivar o escoamento nacional.

– Esses dois produtos representam 60% do nosso custo, então é fundamental que o Estado seja autossuficiente nessas duas produções. Hoje, nós temos uma defasagem na ordem de 2 milhões de toneladas por ano, e isso é um grande problema, porque temos que buscar de outros Estados. O frete está muito caro, a logística esta difícil. É preciso ter uma política de incentivo e o Estado já começou com dois programas, o Mais Grãos e o Fundopem da Irrigação. Acho que vontade política existe e isso é um bom começo, mas é preciso colocá-la em prática – destaca Freiberger.


Neste verão, o problema dos produtores foi com relação à falta de energia. Mais de 400 mil aves morreram. O presidente da Asgav afirmou que a associação reivindica a melhoria no atendimento das empresas fornecedoras de energia elétrica.
– É uma preocupação, sim, a luz amarela está ligada. Estamos discutindo isso junto com a CPI da Energia Elétrica, porque existe uma grande falta de manutenção das linhas de transmissão, de distribuição. Não é só a mortalidade de aves que foi grande, mas também a questão da perdade produtividade, essa é a maior perda que existe.

O vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, afirma que a entidade está buscando soluções junto ao governo federal.

– A gente busca financiamentos com o governo para modernizar os aviários, tendo geradores próprios para evitar qualquer problema de bem-estar animal e buscando indenização para quem teve prejuízo. Isso é uma falha na transmissão e geração de energia. Estamos batendo forte no governo para que isso não de repita.

Com um início de ano bom, o setor espera superar os números do ano passado.

– É um ano para termos muita atenção, mantendo os níveis de produção razoáveis. Não é um mercado que esteja menos ou mais ofertado, precisa é se ter equilíbrio para que se consiga vencer um ano positivo, assim como foi 2013.

CANAL RURAL

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