Os números da safra de juta e malva para 2014 estar causando muita preocupação aos produtores, cooperativas e indústria. Segundo os participantes da cadeia produtiva, o assunto merece uma imediata providência para tentar salvar o setor no Amazonas.
Para a presidente da Coomapem (Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru), Eliana Medeiro, se não for feito algo de imediato para incentivar os produtores, a tendência é acabar a produção de fibra de juta e malva no Amazonas, pois até o momento a cooperativa só conseguiu adquirir 100 toneladas do produto desta safra.
Eliana Medeiro disse ainda que a subvenção paga de R$ 0,40 centavos pelo governo não é suficiente para alavancar o setor e garantir estabilidade aos produtores do Estado, pois, segundo a presidente, em determinado período da safra, quando o produtor necessita vender a sua produção, devido às dificuldades financeiras e a enchente dos rios, as indústrias aproveitam para oferecer o valor bem abaixo do preço mínimo que a Conab compra, e como os produtores estão em dificuldade se submetem ao preço oferecido pelos empresários.
Outro ponto observado por Eliana, que massacra o setor de fibra no Amazonas é a produção de sacaria que está totalmente abandonada. A presidente reclamou que o Governo do Estado não se impõe junto ao Federal para solucionar o problema, que já foi amplamente discutido nas reuniões da Câmara de Fibra e até o momento nada foi resolvido nada.
“Vivemos completamente na incerteza, se ano que vem vai ser melhor. Os produtores estão envelhecidos e os seus filhos, com toda a razão, buscando alternativas de trabalho mais seguras em outros setores da economia”, reclamou a presidente.
O presidente do Sistema OCB/AM, Petrucio Magalhães Júnior, também chama a atenção para a questão da armazenagem das fibras, pois com o incêndio do galpão da Coomapem no ano passado a capacidade de armazenagem no estado é deficitária.
Para o Petrucio, é preciso urgentemente a reconstrução de estruturas de armazenagem certificadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, capazes de garantir a sustentabilidade da atividade produtiva.
“Essa cadeia das fibras representa um importante segmento da economia social do estado”, afirmou o Petrucio.
Segundo o técnico do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas), Zacarias Gondim, a situação do setor produtivo de fibras é bastante preocupante, pois, a estimativa da safra para este ano que deveria girar em torno de 3 mil toneladas neste mesmo período falhou, e até o momento só foi adquirida pelas cooperativas e indústria pouco mais de mil toneladas.
“A situação é preocupante e merece uma imediata reflexão de todos os atores da cadeia produtiva no Estado”, declarou técnico.
O empresário Moacir Cavalcante, considerou pertinente o levantamento desta questão por parte do Idam. Segundo ele, com o resultado do último trabalho realizado pelo órgão, é praticamente certa uma redução no volume final de fibras produzida na região.
“Mais preocupante, ainda, é a situação do baixo estoque de sementes de juta e malva disponíveis para o plantio deste ano, e que, consequentemente vai impactar na safra de fibras de 2015. Este é mais um ponto a ser analisado, e a busca de soluções deve ser imediata”, disse Moacir.
Texto: Eliezer Favacho/Coopcom – Cooperativa de Comunicação do Amazonas
Fonte: Coomapem e Thomaz Rural
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