A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta segunda, dia 12, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), que entregaram pauta de reivindicações a ser cobrada no mês que vem, durante o 20º Grito da Terra Brasil. A mobilização deve reunir mais de 100 mil trabalhadores, ente 12 e 22 de maio, em várias capitas, até agora 12 Estados já confirmaram, de acordo com expectativa dos trabalhadores no campo.
Começando pela reforma agrária, o presidente da Contag, Alberto Broch, apresentou à presidenta as prioridades dentre os mais de 300 reivindicações. Em seguida, relacionaram também demandas para que o governo regularize a posse da terra de agricultores, ofereça serviços de profissionalização para a juventude do campo e amplie a política do crédito fundiário.
Ao demonstrar estar aberta às reivindicações, a presidente Dilma Rousseff pediu que o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, coordene as negociações no Grito da Terra e oriente os demais ministros a atenderem as demandas específicas de cada área. O presidente da confederação disse que a pauta deste ano é mais extensa e diz respeito a mais de dez ministérios.
– Trouxemos uma sugestão à presidenta que seria um desafio para o governo criar o terceiro Plano Nacional da Reforma Agrária, para discutir novos paradigmas de reforma agrária – disse Broch.
– Se assentamos centenas de milhares de famílias, nós reconhecemos a necessidade de avançarmos no programa da reforma agrária, qualificarmos nossos assentamentos – respondeu o ministro Rossetto.
Segundo o presidente da Contag, outro grande desafio brasileiro é encontrar uma forma de regularizar o seu chão para herdeiros de terras, posseiros e arrendatários.
– Essas pessoas vivem no campo e as terras não estão no nome delas. Elas precisam de documentos e de políticas públicas – cobrou.
Ao comentar sobre o Plano Safra, Broch disse que neste ano estão sendo reivindicados R$ 51,4 bilhões, sendo R$ 30 bilhões para o crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e R$ 21,4 bilhões para políticas complementares como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Garantia-Safra e o Seguro da Agricultura Familiar.
– Seria necessário em torno de R$ 50 bilhões para a agricultura familiar. Isso colocado entre custeio e investimento. Isso que nós entregamos para a presidente é o que stamos negociando com mais de 15 ministros. Esperamos que semana que vem, a Dilma nos receba para colocar a resposta do governo sobre essa pauta – destaca.
Sobre o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), o presidente da Contag considerou que é preciso converter parte dos seus esforços na criação de cursos técnicos específicos para trabalhos desenvolvidos no campo.
– É preciso que o governo comece a pensar uma grande política de incentivo para a nossa juventude, que está lá no campo. Queremos [no futuro] campo com gente, com agricultura familiar, não só com empresas rurais – disse.
Segundo a secretária de Política Agrícola da Fetag Alagoas, Rilda Maria Alves Jesuino, mais de seis mil pessoas devem participar do ato no Estado.
– Esse ano vamos fazer o nosso grito estadual justamente para que possamos dar visibilidade maior para o grito nacional. As coisas acontecem mais lentamente nos Estados, por isso essas manifestações mais regionais são importantes – diz Rilda.
CANAL RURAL COM INFORMAÇÕES DA AGÊNCIA BRASIL
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