Junto com essa foto que recebi, via whatsapp, veio a seguinte mensagem: "...Tomaz, aquela história que eu contei tá se repetindo novamente...". A autora é a produtora Maria Soares, de Terra Nova, aqui pertinho de Manaus, capital que tem 322 mil pessoas passando fome. Ela me disse que o preço que está sendo oferecido pelos compradores é R$ 1,00 por uma lata contendo 6 quilos de quiabo. Isso equivale a R$ 0,17 (dezessete centavos) o quilo. Pergunto: Isso pode continuar? Isso estimula ser produtor rural? A primeira vez que ela me contou essa história foi na feira da AGROUFAM, que ela participa. Naquela altura, apresentei a tabela de preços da Conab (PAA/CDS) nascendo o interesse em vender ao governo. Contudo, até hoje, não conseguiu criar a associação.
Hoje, o preço pago pela Conab, por meio do PAA/CDS, é de R$ 3,54 kg (convencional) e R$ 4,60 kg (orgânico), mas ela ainda não faz parte de um grupo formal o que impede de fornecer para a CONAB, mas poderia para o PAA operado pela SEPROR ou PAA/MUNICIPAL (esse último ainda não temos no Amazonas).
Outro caminho dessa produção poderia ser o PREME, que compra individualmente, mas precisa direcionar suas ações a esses pequenos produtores (objetivo do PREME) e não aos grandes (que podem perfeitamente vender seus produtos, mas por meio da Lei 8.666/93, e não pelas regras específicas do PREME).
Outro caminho seria a Central de Abastecimento de Iranduba que poderia, minimamente, beneficiar essa produção ganhando mais tempo para encontrar mercado (embalagem a vácuo é uma das saídas). Por essas razões que venho sugerindo que o recurso do FPS seja para uso coletivo de grupos formais, e não de forma individual.
Ia esquecendo: essa história eu já contei em alguns eventos que participei. Sabem como ela termina? Vou contar: O comprador (atravessador) fecha o preço com o produtor, mas manda jogar no rio, pois não compensa a logística de trazer até a capital para vender. Com isso, ele segura o produtor para outros momentos de comercialização. Isso tá acontecendo aqui em Terra Nova, imaginem mais distante da capital.
Isso é fato, não estou culpando ninguém, penso até que faço parte dessa culpa. É só pra refletir, e procurarmos fazer o "feijão com arroz".
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