quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

O juticultor não pode pagar essa conta.....

Ainda não tive a oportunidade de conversar pessoalmente com o secretário Aparecido. Estive na SEPROR algumas semanas atrás acompanhando o presidente do Sindicato de Fibras do Amazonas, Sebastião Guerreiro, mas não fomos atendidos pelo secretário, apesar de agendado. Fomos encaminhados, direcionados e bem recebidos pelo presidente do IDAM, Luiz Herval (tem registro neste blog). Venho  acompanhando o trabalho do atual comandante da SEPROR podendo afirmar, sem dúvida alguma, que nos últimos anos, é o secretário com mais prestígio junto ao governador, com a "Compensa". Tem tido grandes acertos, o maior deles o concurso do IDAM/ADAF, assim como a valorização da prata da casa. Ainda não li nada sobre o que ele pensa da cadeia produtiva das fibras, principalmente a de juta e malva, apenas ouço alguns comentários, e por esse motivo, até para contribuir com sua administração, tomo a liberdade de fazer alguns comentários já que no dia agendado não foi possível.

1) O juticultor não pode pagar a conta dos problemas que aconteceram nas operações da AFEAM que envolveram setores da cadeia produtiva de juta e malva. Isso deve ser apurado e, ao final, se houver, penalizar os culpados, mas certamente o culpado não foi o juticultor;

2) O juticultor não pode pagar a conta dos problemas que aconteceram no pagamento da subvenção estadual. Isso também deve ser apurado e, ao final, se houver, punir os culpados. Com toda certeza o juticultor não teve culpa;

3) Pouco tempo  atrás, acompanhei uma equipe de reportagem da Rede Amazônica ao interior de Manacapuru para produzir matéria justamente sobre a juta e malva. Confesso que na minha  cabeça só queria saber, em campo, in loco, se o juticultor ainda tinha interesse ou não na atividade. Essa matéria está disponível na internet, mas deixei a zona rural certo de que deveria continuar defendendo essa atividade por tudo que vi e ouvi. "É a que mais deixa renda e não é perecível". Essa foi a frase que mais ouvi nessa caminhada;

4) Recentemente, após ler postagem sobre juta e malva, recebi áudio de 15 minutos do Dr. Aldenor, profundo  conhecedor do tema, amazonense, servidor da UFMS. Infelizmente ainda não consegui postar esse áudio por  razões técnicas, mas em breve o "Thomaz Rural" será site e esse problema será resolvido. O relato do Dr. Aldenor, que defendeu sua tese na UNICAMP envolvendo a cadeia das fibras, é rico em conteúdo. Aguardem o áudio, concordo com tudo que foi dito;

5) A imagem acima se refere a postagem de abril de 2016. Após fazer minhas considerações no evento da COOPERJUTA, ouvi do juticultor  Leônidas a frase "não tenho como sair";

6) O juticultor não tem culpa se a máquina descorticadora ainda não chegou ao campo. É papel do poder público, nosso, meu também, fazer com que esse experimento que já dura  anos acabe de uma vez por todas e beneficie o juticultor. Lembro que já tem uns dez anos que testamos essa máquina no auditório da CONAB;

7) O juticultor não tem culpa se a produção de sementes no  Amazonas não passa de promessa não cumprida. Ufam e Embrapa querem que isso aconteça, mas sem apoio do  governo estadual fica difícil. O discurso de não ter dinheiro não cola diante do que estamos assistindo diariamente. Só na "Maus Caminhos" foram 200 milhões, então tem dinheiro, só não estamos entre as prioridades;

8) A fibra tem preço mínimo, portanto, se houver problema de mercado a Conab pode comprar;

9) A importação de outros países está levando milhões que poderiam ficar no interior do Amazonas;

10) Com muita luta do Amazonas, em especial da FAEA e do deputado Luiz Castro, conseguimos que  a diretoria da Conab aprovasse a compra de sacaria biodegradável para uso no estoque público de milho (Vendas em Balcão). Contudo, até hoje nenhuma compra  foi efetuada  pela Conab. Culpa de uma "Compensa" que não cobra e de uma bancada federal distante do setor rural;

11) Sempre ouço o presidente  da FAEA, Muni  Lourenço, dizer que é o produtor rural  quem deve decidir seu caminho, ou seja, o que plantar e como plantar. Concordo com o Muni, devemos respeitar o produtor e ajudar no que for  possível;

12) Dias atrás, naquela matéria do jornal ACRÍTICA sobre as sementes de milho, vi que o Luiz Herval listou que o estado vai comprar sementes de malva. Fiquei feliz!!
13) Seria  importante agendar reunião da câmara local que discute o setor de fibras;

Tem outras considerações, mas fico por aqui.

Nenhum comentário:

Postar um comentário