Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Pelo menos 3 milhões de pessoas
precisam de alimentos na Síria em meio ao agravamento da crise no país, constata
a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Pelos
dados do órgão, 1,5 milhão de pessoas têm urgência em receber ajuda por até seis
meses. Mais 1,5 milhão precisam de suporte para a agricultura e pecuária.
A conclusão foi feita por um grupo de
especialistas em segurança alimentar da FAO, do Programa Alimentar Mundial (PAM)
e do Ministério da Agricultura e Reforma Agrária da Síria. Eles analisaram o
período de março de 2011 (início dos conflitos) a junho de 2012.
O relatório final da missão conjunta indica que o
setor agrícola na Síria perdeu um total de US$ 1,8 milhão só este ano em
decorrência dos conflitos. Os prejuízos incluem perdas de colheitas, gado e
sistemas de irrigação. Os produtos mais afetados são trigo e cevada, além de
cereja, azeitona e legumes.
Os especialistas concluíram também que muitos
agricultores se viram obrigados a abandonar as produções e deixar as terras
devido à falta de mão de obra e de combustível, além da elevação dos custos para
manutenção. A colheita de trigo foi adiada em Daara, na zona rural de Damasco,
Homs e Hama.
A missão de avaliação também identificou aumento
do desmatamento porque os agricultores partem para as florestas em busca de
lenha, uma vez que estão sem energia e combustível para manutenção de suas
casas. Alguns canais de irrigação também foram bloqueados ou destruídos em meio
aos conflitos armados.
O Programa Alimentar Mundial lançou uma operação
de emergência para cobrir as necessidades alimentares das populações atingidas
na Síria. A operação foi ampliada em várias etapas e pretende atender a cerca de
850 mil pessoas.
Nos últimos oito meses, a FAO apoiou 9.052
famílias de pequenos agricultores na Síria, o que envolvem cerca de 82 mil
pessoas. Para a organização, são necessário US$ 38 milhões para ajudar as
famílias de agricultores pelos próximos seis meses. O resumo do relatório da
comissão mista integrada pela FAO pode ser obtido no endereço http://www.fao.org/news/story/es/item/153731/icode/.
Edição: Talita Cavalcante
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