Participei desse evento na ALEAM que discutiu o abastecimento de MILHO e SOJA no Amazonas, só não consegui, até agora, entender a ausência do Sistema SEPROR. Fez muita falta, pois reconheço a qualidade de seus técnicos que tem grande potencial de conhecimento e de contribuição. Recomendo a leitura da íntegra dessa matéria da ALEAM. A Conab apresentou dados que certamente mostraram caminhos para amenizar a crise.
Atividades do setor primário como a piscicultura, avicultura e suinocultura já são afetadas severamente pelo baixo estoque de milho e soja para ração no Amazonas. O alerta foi feito pelo presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPPADR), deputado Dermilson Chagas (PEN), na terça-feira (25), que aponta a falta de produção dos grãos no Amazonas e a preferência dos estados produtores pelo mercado internacional como os principais fatores para o encarecimento dos produtos, que são a base da ração para animais.
Em 2014, o estoque regulador nacional de milho era de 1,8 milhão de toneladas e em 2015, o número caiu para 1,6 milhão de toneladas, uma redução de 11,5%. Já em outubro deste ano o estoque é de apenas 722 mil de toneladas indicando preocupante tendência de queda. No mesmo mês, o Amazonas tinha apenas 1,608 mil toneladas em estoque regulador destinado à comercialização para ração, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “Estamos padecendo. O Amazonas está perdendo empregos, investimento e geração de novos postos de trabalho. Precisamos baratear o preço do transporte de milho e soja e manter os níveis do estoque no Estado. Hoje, é mais atrativo produzir lá e não aqui. Se não fizermos nada, o setor primário, que já é deficiente na geração de emprego, vai se prejudicar”, afirma Dermilson.
Chagas realizou, na última sexta-feira (21), reunião técnica com piscicultores, suinocultores e avicultores para discutir os entraves nas atividades provocados pelo preço do milho e da soja e a redução dos estoques dos grãos no país. De acordo com o deputado, o frete para trazer milho e soja de outros estados encarece o preço de produtos do setor primário no Amazonas, já que a saca de milho é comercializada hoje a R$ 80, colocando a produção fora da competição mercadológica. “Nosso Estado não produz milho e soja e o frete caro é repassado ao consumidor final. O ovo produzido no Mato Grosso é vendido a R$ 9,90 a cartela com 30 ovos, já incluso o frete, e o ovo produzido em Manaus custa R$ 14,82. Não tem como competir”, afirmou.
Dermilson alertou ainda que o consumo de ovos em Manaus é feito em 7 dias, enquanto os produtos do Mato Grosso chegam na capital com prazo de validade de até 60 dias o que não garante a mesma qualidade. O parlamentar defende ainda o uso do Valor para Escoamento de Produto (VEP), mecanismo do governo federal, como forma de amenizar os custos da logística e equilibrar os preços. “Esse valor deveria ser diferenciado para a nossa região, já que o frete é muito caro e praticamente dobra o valor do produto. O Amazonas não planta milho e soja evitando o desmatamento e o VEP seria a ferramenta para manter esse equilíbrio do preço do milho para nossa região. Do jeito que está o alto, o preço do milho desestimula os empreendedores que geram mais de 10 mil empregos, principalmente na avicultura”.
A Conab pede ainda preço diferenciado para o Amazonas em relação ao milho e soja, além de pedir reserva de quantidade do estoque público até a recomposição, maior regularidade dos leilões e maior acesso a eles por parte dos produtores.
Prejuízo
Em setembro de 2016, o presidente da CAPPADR alertou para os prejuízos econômicos que a seca do rio Madeira, agravada pela falta de dragagem que deveria ter sido realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), prejudicou o transporte de combustíveis, soja e milho entre os estados de Rondônia e Amazonas. Em abril de 2016, o milho para ração foi apontado por pesquisadores e técnicos em aquicultura como principal gargalo na produção de pescado no Estado durante Cessão de Tempo proposta pelo deputado Dermilson Chagas em comemoração ao dia Aquicultura. Na ocasião, o Secretário Executivo de Pesca e Aquicultura, Geraldo Bernardino, afirmou que a ração representa até 70% dos gastos na aquicultura familiar, mas o alto preço também afeta os grandes produtores.
Dermilson defende ainda a produção de milho nas áreas de várzeas já destinadas a produção agrícola, ou seja, sem desmatamento. A Embrapa já dispõem tecnologia e pesquisa nessa área. “Uma alternativa é fazer o plantio de milhos na várzea em áreas que hoje já são usadas para cultivo e, assim, diminuir a dependência do milho vindo de outros estados”, explica.
Texto: Assessoria do Deputado
Daniel Jordano — 92 98828-5194 / 92 99116-9318
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Foto: Filipe Augusto
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