* Somente esta semana, tive acesso a notícias de ações na extração do látex nos estados do Espírito Santo e Bahia. Precisamos correr, caso contrário, a demanda interna pelo produto vai acabar sendo atendida por outros estados.
Foi realizado, no fim de julho, treinamento em sangria de seringueira para 20 agricultores familiares e
trabalhadores rurais da região de Valença. O curso, realizado na área
demonstrativa da Ceplac na fazenda Tucum Mirim, em Valença, é uma ação do Centro
de Extensão da Ceplac Bahia, através do Escritório Local de Valença, em parceria
com a multinacional Michelin, empresa que compra e beneficia 70% da produção de
látex da região, e a Faeb e o Senar. Os treinandos receberam instruções sobre
como proceder o primeiro corte nas árvores.
Esse primeiro procedimento é
importante porque, se bem feito vai garantir a produtividade da planta mas, em
caso de erro mais grave, pode levar até à sua inutilização. “Procuramos, logo no
primeiro corte, garantir o que chamamos de cinco pontos essenciais para o melhor
aproveitamento da árvore. Equilibramos o cosumo de casca, a profundidade do
corte, evitamos o ferimento da parte lenhosa, acertamos o declive do corte para
melhorar o fluxo do látex e, por fim, atentamos para os aspectos gerais, que
influenciam na qualidade e índice de sujidade do látex”, observa o monitor
Waldomiro Ângelo Souza de Jesus.
Enquanto o curso era realizado na fazenda Tucum Mirim,
representantes de entdades ligadas à agricultura, como a Faeb, CAR, sindicatos
rurais, agentes financeiros (Banco do Nordeste e Banco do Brasil), associações
de agricultores familiares e cooperativas se reuniram no escritório Local da
Ceplac para conhecer os projetos de SAF realizados na região. Uma palestra do
engenheiro agrônomo Jonildo Leite de Moraes, do Escritório de Valença, mostrou
diversos casos de sucesso, com recuperação de áreas degradadas e os resultados
econômicos para os produtores que apostaram nos SAFs.
O diretor-geral da Ceplac, Jay
Wallace, participou das atividades no campo e no escritório, e se mostrou
surpreso com o que viu. “Chega um momento que a gente acredita que nada mais vai
nos emocionar na vivência do campo, mas o que está sendo feito aqui nos faz ver
que estamos errados. Enquanto as políticas públicas em relação aos sistemas
agroflorestais não são finalizadas em Brasília, vocês aqui se adiantam e
mostram, na prática, o que a sociedade e o governo ainda discutem como
proposta”, observou. Participaram da programação, ainda, o superintendente
regional da Ceplac, Juvenal Maynart, e os diretores do Cenex, Sérgio Murilo, e
do Cepec, Adonias de Castro.
Incentivo
O curso é uma das etapas do programa de incentivo para
implantação de Sistemas Agroflerestais (SAFs) na região que abriga mais de 3.000
agriculores familiares e é tida como a mais diversificada do mundo. A Ceplac dá
assistência aos produtores e os resultados são visíveis. Com as novidades nas
plantações, as famílias também estão experimentando uma mudança no padrão
econômico, fator essencial para sua permanência no campo. “Esse ano, por
exemplo, o agricultor familiar Destaque do Ano, premiado no Dia Internacional do
Cacau, foi um produtor daqui, Manoel Ismael de Jesus, que vive na propriedade
com sua esposa e seus oito filhos”, afirma o chefe do Escritório Local, Geraldo
Argôlo.
O diretor do Centro de Extensão
da Ceplac, Sérgio Murilo, diz que ações como essas são importantes porque
promovem a necessária garantia da sucessão de agricultores familiares. “Os
sistemas agroflorestais, pelo seu resultado econômico, estão se constituindo
numa importante ferramenta para que consigamos manter essas famílias no campo.
Os jovens estão observando que seus pais estão auferindo lucros com a atividade
agrícola, e isso faz com que a sedução das grandes cidades não os alcance”.
Qualidade
Além da preocupação com a qualidade das sangrias há também,
desde o início da produção, o cuidado com a qualidade do produto. A Icaubor,
empresa que intermedia a comercialização do produtor à Michelin, repassa ao
produtor a necessidade de oferta de um produto diferenciado. “Nossa relação com
o produtor é de parceria. Queremos ter a preferência da venda, mas também
queremos ajudá-los, treiná-los e até financiar equipamentos e ferramentas de
trabalho”, afirma o técnico agrícola da Icaubor, Sandro Catusso.
Experiente no ramo, ele elogia a qualidade do látex da região
de Valença, especialmente por causa da pós-colheita. “Na região de Una, outro
pólo, os produtores não tem tanto cuidado com o produto. Lá, a forma de
acondicionamento, em sacos de nylon, acaba por comprometer a qualidade final da
borracha. Aqui, isso é feito em bombonas plásticas. Outro problema é manter o
látex dentro d’água, após a colheita, acreditando que haverá ganho de umidade.
Não há esse ganho e o produtor ainda corre o risco contaminar suas fontes de
água potável”.
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Assessoria de Comunicação da Ceplac
terça-feira, 24/07/2012
terça-feira, 24/07/2012
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