quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Seminário discute produção florestal sustentável no Amazonas


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O primeiro dia do seminário “Diagnóstico da Cadeia de Valor da Madeira no Amazonas”, que iniciou ontem, 25 de novembro, foi palco de grandes discussões sobre temas florestais. Combater a clandestinidade e o desmatamento no Amazonas ainda é um desafio, por isso, representantes de cooperativas de extrativistas e produtores de madeira, órgãos de fomento, servidores públicos, parlamentares, prefeituras do interior do Amazonas e organizações não governamentais, participam do evento com intuito de encontrar meios para aumentar a produção e comércio de madeira sustentável no Estado, a fim de garantir a geração de renda no campo e a conservação da biodiversidade.
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A abertura do seminário contou com a presença do prefeito de Apuí, Admílson Nogueira, deputado estadual, Luiz Castro, secretária estadual de Meio Ambiente, Kamila Amaral, diretor de Assistência Técnica e Extensão Florestal do IDAM, Malvino Salvador, secretária adjunta de planejamento e coordenação da Sepror, Tatiana Schor, e o analista de conservação do WWF-Brasil, Marcelo Cortez.
Além das discussões, foi lançado na ocasião, um estudo que vem sendo desenvolvido pelo WWF-Brasil e IDAM desde o primeiro semestre de 2013, que consiste no mapeamento da cadeia produtiva da madeira nos municípios de Tefé, Apuí, Lábrea, Manacapuru e Boa Vista do Ramos.
Na oportunidade o facilitador e consultor do WWF- Brasil, Antonio Farre´, apresentou os resultados das oficinas de aplicação da metodologia da Cadeia de Valor da Madeira nos cinco municípios, onde foram identificados entraves e apresentadas propostas de melhorias para a produção florestal sustentável.
“O município de Apuí atualmente possui 76% de áreas protegidas, no entanto, ainda temos que avançar para aumentar o potencial florestal, e para isso precisamos de mais técnicos no campo”, disse Admílson Nogueira.
Para a secretária estadual de Meio Ambiente, Kamila Amaral, a constante retirada de madeira ilegal é um dos grandes problemas no Amazonas. “Quando a atividade é praticada de forma clandestina a gente perde oportunidade de renda e também o valor da biodiversidade”, ressaltou.
“Precisamos tornar menos burocrático os critérios de exploração, pois dessa forma conseguiremos trazer essas pessoas que trabalham na clandestinidade para legalidade”, reforçou o diretor de Assistência Técnica e Extensão Florestal do IDAM, Malvino Salvador.
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Durante o estudo realizado nos cinco municípios foram identificadas 96 limitações, no que se refere a insumos específicos, produção, processos e comércio. Entre os grandes entraves estão: a demora no licenciamento ambiental, a competição da madeira ilegal que limita o crescimento do ator legal, falta de mão de obra qualificada, tratamento adequado dos resíduos dos processos de transformação e falta de consciência geral do consumidor.
O seminário se estende até o próximo dia 27 de novembro, quarta-feira, e é promovido pelo IDAM e  WWF-Brasil em parceria com a Cooperação Técnica Alemã –GIZ e Secretaria de Florestas e Extrativismo do Estado (Seafe/SDS). O evento acontece no hotel Da Vinci, localizado na Rua Belo Horizonte, 240 A – Adrianópolis.
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Problema estrutural – Atualmente um dos maiores problemas da Amazônia é a extração predatória de madeira. Por meio desta prática, a madeira é extraída da natureza de forma irregular, sem as devidas licenças ambientais, sem fiscalização e com pouco controle de órgãos públicos, autoridades e da sociedade em geral.
Não existem dados oficiais que comprovem à quantidade de madeira de origem ilegal que é explorada hoje na Amazônia – estima-se que seja entre 64% e 80% da produção total que é retirada da floresta todos os anos.
O que é madeira sustentável?
De modo geral, ‘madeira sustentável’ é um material proveniente de árvores monitoradas, ou seja, cuja procedência pode ser verificada. Em muitos casos, este monitoramento é a “chave” para garantir uma série de benefícios ambientais e sociais aos envolvidos em sua cadeia produtiva como produtores, moveleiros e compradores.
Entre os benefícios geralmente relacionados à madeira monitorada, estão: a obediência à legislação vigente; respeito ao direito de populações indígenas e tradicionais de possuir e usar sua terra; uso múltiplo dos recursos da floresta com a exploração da madeira ocorrendo em paralelo à exploração de produtos não madeireiros (óleos, sementes e raízes).

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