terça-feira, 7 de janeiro de 2014

A soberania alimentar é o futuro do setor agropecuário

TATIANA SCHOR 03-01-14
Tatiana Schor, secretária de Planejamento da SEPROR (Entrevista)
Ela é graduada em economia, mestre em geografia, doutora em ciência ambiental e também pós-doutora pela City Universidade of New York. Há quase um ano na Secretaria de Produção Rural (Sepror), Tatiana Schor, ocupa o cargo de secretária Executiva Adjunta de Planejamento (Seap). A frente da Seap tem o desafio de traçar novas metas para a Sepror de modo a atender melhor o homem e a mulher do campo. Este ano, dará inicio ao processo de gestão de qualidade para que a Secretaria obtenha a ISO 9001.
Na avaliação de Tatiana Schor, quanto ao futuro, se espera alcançar a soberania alimentar, “no sentido de respeito às tradições alimentares e as decisões sobre o que plantar, como e para quem”. Confira algumas das ações que vem sendo desenvolvidas pela secretária e a expectativa para 2014.



SEPROR – Qual a importância e finalidade de planejar políticas públicas?
Tatiana Schor – O recurso público é de suma importância para se construir um país menos desigual. Neste sentido é importantíssimo ter um diagnóstico preciso da situação atual e como devemos intervir para que o resultado do investimento do recurso público seja abrangente tanto em termos populacionais quanto em termos de impacto econômico e social. Daí a importância de se planejar e otimizar os recursos públicos voltados a consolidação das políticas públicas.
SEPROR – O que mudou deste o seu ingresso na Secretaria Executiva Adjunta de Planejamento (Seap)?
Tatiana Schor – Temos tentado montar um sistema de monitoramento da execução e prestação de contas dos convênios federais e estaduais de modo mais transparente e eficiente. Investimos também na aprovação do Projeto de Agroecologia em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no valor de R$ 14,9 milhões, o que irá fortalecer as cadeias de castanha, borracha e agricultura indígena. Conseguimos captar recursos junto ao PNUD que irá fortalecer a produção de mudas de plantas para alimentação e medicinais em parceria com o IDESAM e outro em parceria com a UFAM que irá construir um mapa geohidrológico para a região do escudo das Guianas que nos subsidiará com a questão do seguro agrícola. Fortalecemos com visitas minha e a gerente do Programa de Agricultura Indígena em loco para planejar as atividades nos IDAM’s locais e organizações indígenas. Elaboramos 5 projetos para serem avaliados pela Fundação do Banco do Brasil para fortalecer as Vilas do Interior. Aprovamos junto a Petrobrás um projeto de agroecologia para o plantio de guaraná com o Consórcio Sateré-Mawe. Montamos um kit-prefeitura e um kit-associação para incentivar o acesso dos mesmos aos programas da Sepror.
SEPROR – Quais ferramentas vêm utilizando para reestruturar a Seap?
Tatiana Schor – Estamos trabalhando em um sistema livre de compartilhamento de dados e planilhas intra e entre setores. Neste ano visamos iniciar o processo de gestão da qualidade com o objetivo de nossa secretaria obter a ISO 9001.
SEPROR – Hoje, diante do planejamento traçado, quais são os desafios da Sepror?
Tatiana Schor – Os desafios são diversos. Um dos maiores é conseguir executar os 55 convênios Federais que estão em andamento. Outro desafio é o de captar recursos para investir em áreas estratégicas, principalmente aquelas do extrativismo e da produção e comercialização da agricultura familiar. Tudo isso em uma perspectiva ambientalmente correta, levando em consideração que o nosso maior ativo econômico é a floresta em pé, daí a importância de se modernizar os processos de produção rural e incentivar o agroextrativismo.
SEPROR – Quais as principais metas de 2014?
Tatiana Schor – Finalizar os convênios Federais e com eles viabilizar o investimento produtivo no setor.
SEPROR – Qual a expectativa para o futuro do setor Produção Rural no Amazonas?

Tatiana Schor – Vejo que alcançar a soberania alimentar seja o futuro do setor. Soberania alimentar no sentido de respeito às tradições alimentares e as decisões sobre o que plantar, como e para quem. A agricultura familiar modernizada é também uma expectativa para o futuro do setor, não só da produção de farinha, mas principalmente na incorporação de outros produtos, nativos ou não, em processos de industrialização que agreguem valor nos locais.

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