O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e
Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), agora tem participação ativa no
Programa Bom Dia Amazônia da rádio Cultura. Todas as quintas-feiras um
representante da Instituição é convidado para falar sobre os mais diversos
assuntos da agricultura de base familiar. Iniciando o ano de 2014, o chefe do
Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural do IDAM, Alfredo Pinheiro,
foi entrevistado e abordou o tema Agricultura de Várzea.
No Amazonas as principais atividades
agropecuárias desenvolvidas em área de várzea estão voltadas para o cultivo de
hortaliças (repolho, couve, alface e cebolinha), frutas (mamão, banana e
maracujá), culturas industriais (mandioca, juta, malva e cacau), grãos (arroz,
milho e feijão) e pastagens.
Segundo Pinheiro, trabalhar com a agricultura de
várzea tem suas vantagens, pois o ecossistema permite menos gastos com insumos,
preparo de áreas, facilidade em transportar a produção até o centro consumidor,
além de diminuir o tempo de plantio e colheita. No entanto, segundo ele, as
desvantagens também se tornam presentes, entre elas é possível destacar a
incerteza de colheita, riscos de prejuízos, dificuldades de documentação para
comprovar o domínio da terra como também dificuldades para acessar Crédito Rural
mais expressivo.
Entre os municípios onde o ecossistema é
predominante podemos destacar: Careiro, Manaquiri, Iranduba, Barreirinha,
Parintins e Alto Solimões. As áreas exploradas com as culturas industriais, de
grãos, hortaliças, fruticultura e pecuária somam em torno de 1.770.000 hectares,
sendo que 30% estão localizadas em áreas de várzea.
Sustentabilidade – As atividades
agropecuárias desenvolvidas em áreas de várzea faz com que os agricultores
exerçam menos pressão nas áreas de mata em terras firmes, uma vez que além dos
solos de várzeas possuírem melhor fertilidade, as enchentes repõe naturalmente
alguns nutrientes, fazendo com que tais solos possam ser reaproveitados por anos
e anos seguidos, mantendo níveis de produtividade econômicos. Já os solos de
terra firme, na Amazônia, em geral possuem baixa fertilidade natural e
esgotam-se com facilidade não permitindo plantios sucessivos na mesma área, caso
não haja investimentos com correção de solos e reposição dos nutrientes, através
de adubações química e orgânica.
O próprio preparo das áreas nas várzeas causam
menos impacto ambiental pois não exigem grandes queimadas (vegetação de pequeno
porte).
Incentivo – Às políticas
públicas existem para fortalecer ainda mais o setor primário no Amazonas e gerar
melhores expectativas de vida para os agricultores familiares. Essas políticas
também beneficiam os agricultores que trabalham em áreas de várzea.
O Programa de Regionalização da Merenda Escolar
(Preme), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e programas de apoio a
convivência com as cheias como o crédito subsidiado e fomento a produção, entre
outros, são alguns dos incentivos para o setor.
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