Data: 05/01/2014 | ||
Paz inquieta– Cerca de mil pessoas se reuniram neste domingo
(05/01) na praça de alimentação do município de Apuí (a 455 quilômetros da
capital, Manaus) em um culto ecumênico para orar pelas três pessoas
desaparecidas na BR 230 rodovia Transamazônica e para pedir paz no
campo.
O ato foi realizado pelo Sindicato Rural do Sul do Amazonas
(SINDISUL) juntamente com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do
Amazonas (FAEA) e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA).
“Nós, atendemos a uma solicitação dos organizadores do culto e
viemos falar pela paz; mas uma paz que também deixassem inquietas as pessoas
para clamar por justiça. Uma paz que inquieta as pessoas, mas que não possa
ocorrer incitação ao ódio, e também com as mesmas palavras do nosso bispo que
busque a reconciliação e que não seja de fato a justiça esquecida”, disse o
padre Raimundo Magalhães, Pároco de Apuí. Além do Padre Magalhães o evento
contou com a participação de pastores de Apuí e Santo Antônio do Matupi (km
180).
Moradores de Apuí e Santo Antônio do Matupi estiveram presentes no
culto; antes da celebração autoridades locais participaram de uma mesa e
relembraram o desaparecimento a mais de 16 dias de Luciano Freire, Aldeney
Salvador e Stef Pinheiro, e os possíveis desfechos para o caso.
Dona
Irisnéia Santos Azevedo, esposa de um dos desaparecidos não pode comparecer ao
evento, mas falou por telefone para toda a população presente. Ela descreveu as
dificuldades que vem passando desde o desaparecimento de Stef Pinheiro e
agradeceu o apoio de todos.
Para o presidente da FAEA, Muni Lourenço, a
realização do culto foi um ato para pedir justiça e pela paz no campo.
Ressaltando que a instituição defende o direito à vida no campo e que é contra a
violência. O dirigente também defende que um posto da Polícia Rodoviária Federal
na Transamazônica.
Assinaturas
Coordenado pela equipe do SINDSUL,
foi realizado a coleta de assinaturas para um abaixo assinado; no qual os
moradores do Sul do Amazonas pedem a extinção da cobrança de pedágio na Rodovia
Transamazônica, no trecho da Reserva Indígena Tenharim. A cobrança do pedágio
foi alvo dos protestos de moradores de Apuí, Matupi e Humaitá e está entre as
principais reivindicações.
O presidente do SINDISUL, Carlos Koch, disse
estar preocupado com a situação e esclareceu a motivação para o ato. “Nós
produtores rurais estamos demonstrando com esse movimento pacífico que nós somos
humanos e que temos nossos direitos, entre eles o direito a vida e o direito de
ir e vir.”
Eliaquim Cordeiro Duarte, pastor da Igreja Assembléia de Deus
de Matupi, afirmou, “nós viemos de Matupi numa caravana de 45 pessoas em causa
justa somar com os moradores de Apuí. Então nós estamos reunidos pra clamar a
Deus em prol dessas famílias, dessas pessoas desaparecidas buscando a paz acima
de tudo e também o fim do pedágio”.
Presidente do Conselho de Cidadãos do
Distrito Santo Antonio do Matupi, José Roberto de Carvalho, participou e pediu
que as autoridades que cessem as inimizades, as rivalidades de classe e a
discriminação contra os produtores rurais. “Nós somos um país com capacidade de
produzir alimentos para o mundo inteiro e por que está acontecendo isso. Hoje eu
acho que nós somos tratados pior do que um animal”.
O prefeito de Apuí,
Adimilson Nogueira, também está preocupado com os últimos acontecimentos na
Rodovia. Segundo ele alguns investidores assim como trabalhadores rurais tem
manifestado desejo de abandonar o
município.
Reportagem: Ivanir
Valentim
Fotos: Emerson Pedro.
Sistema FAEA-SENAR
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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Produtores e moradores participam de cerimonia religiosa e pedem Paz no Campo e pela vida dos desaparecidos no Sul do Amazonas
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