O setor
agropecuário é responsável por 7% do Produto Interno Bruto (PIB) da economia
amazonense e também por gerar quase o dobro do número de vagas de empregos
existentes no Polo Industrial de Manaus. Os dados são da cartilha publicada pelo
Sistema OCB-Sescoop/AM em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do
Amazonas (Faea) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
intitulada “Nova Abordagem aos Dados Estatísticos da Agropecuária no Amazonas” e
que mostra quanto o setor vem se desenvolvendo e amadurecendo.
Em 2013, algumas
cooperativas do ramo viveram momentos distintos. Alguns, apenas de ganhos, de
negócios concretizados e boas notícias, outros, de experiências que ajudaram a
fortalecer e a amadurecer o grupo, desde o seu gestor até os cooperados e
funcionários.
Coomapem
- A Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), presidida
por Eliana Medeiro, foi a primeira entidade registrada na OCB/AM há mais de
quatro décadas. Este ano, passou por um grave problema de escoamento da produção
de fibra e teve o seu galpão atingido por um incêndio de grandes proporções. Os
danos superaram R$ 1,4 milhão, quando junto com a estrutura, foram incendiadas
também mais de 700 toneladas fibras de juta e malva.
“O material que
estava armazenado era o que não tínhamos conseguido vender à Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), porque, segundo as especificidades dos contratos
firmados por ela, o produto precisa estar em um galpão credenciado, o que não
existe no Estado”, explicou a presidente. Tempos depois, o galpão foi atingido
pelo fogo.
O problema
enfrentado pelos cooperados foi de alguma forma, uma prova da força do
cooperativismo. Várias entidades se uniram e ajudaram a organizar ações
simultâneas, com o Dia de Cooperar, com a oferta de serviços sociais à
comunidade de Manacapuru e uma Feijoada Solidária para arrecadar fundos e ajudar
a sanar as despesas emergenciais da cooperativa.
“Ao passo que
estávamos bastante preocupados com o nosso futuro, o cooperativismo mostrou a
sua força e nos ajudou a resgatar a nossa autoestima e logo depois, fomos
voltando a pensar a cooperativa de forma racional, sobre como poderíamos ampliar
a Coomapem”, analisou Eliana.
Segundo ela, com a
reconstrução do galpão, um espaço será destinado à instalação de uma mini
oficina, onde 80 mulheres cooperadas e seus filhos vão poder fabricar produtos
com a matéria-prima existente e oriunda da cooperativa. A ideia é fabricar
chapéus, bolsas, sandálias, artigos de decoração e o que mais a criatividade
ordenar.
Concomitantemente a
esse projeto, a presidente informou que o ano de 2014 será o de alavancar outras
culturas agrícolas, como forma de expandir o mercado.
“Temos de avaliar
os momentos não tão bons como desafios dos quais precisamos extrair
ensinamentos. O Sistema OCB/Sescoop-AM, representado pelo presidente Petrucio
Magalhães Júnior e o superintendente, Adriano Trentin Fassini foram esteios
nessa jornada difícil, mas também de soerguimento”, avaliou a presidente da
Coomapem.
Agrofrut - A Cooperativa Agrofrutífera dos Produtores de
Urucará (Agrofuta), também se recuperou do baque econômico que atingiu a Europa
neste ano, voltando a fazer negócios mais lucrativos.
Segundo o
presidente da cooperativa, Antônio Carlos Monteiro Fonseca, em 2011, a Agrofrut
forneceu para a França dez toneladas de guaraná e num intervalo de um ano, ficou
apenas duas toneladas.
“Já em 2013
conseguimos nos reerguer e recuperar o montante inicial e acredito que o próximo
ano seguirá com a mesma perspectiva”, afirma.
O produto sai do
Brasil para a França em grãos e em pó. Lá, é utilizado para consumo direto,
pelas indústrias na fabricação de cosméticos e bebidas energéticas.
Ainda seguindo a
avaliação, Antônio Carlos o ramo agropecuária se destacou com o estudo de um
projeto para a criação da Central Agropecuário, que tem o foco na
comercialização, consumo e prestação de assessoria técnica, que irá abranger as
cooperativas do segmento.
O superintendente
do Sistema, Adriano Trentin Fassini é quem está coordenando a série de encontros
que irá traçar o perfil da entidade, desenvolvendo paulatinamente estudos de
viabilidade e elaboração de diagnóstico das potencialidades e principais
produtos, além das demandas de insumos, técnicas voltadas à gestão,
administração financeira, societária, tributária e contábil.
Para finalizar, a
Agrofrut comemora o aceite por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para um projeto que financia em R$ 50 mil, a compra
de equipamentos, de câmara frigorifica e um moinho para transformar a semente em
pó.
“Em março, o
maquinário já deve estar em funcionamento e nós, trabalhando para melhor
operacionalizar a produção”, disse o presidente.
Cooplam - Neste mês de janeiro, o presidente da Cooperativa dos
Produtores de Leite da Região de Autazes (Cooplam), Manoel Rosário Maia dos
Santos, fez uma retrospectiva do que o ano de 2013 representou para as mais 150
famílias envolvidas no trabalho da entidade.
Maia falou do
investimento da ordem de R$ 2 milhões, cerca de R$ 1,3 milhão para a compra de
equipamentos e R$ 700 mil para a criação do parque, ocorrida há cerca de um
ano.
As máquinas
adquiridas no início do ano passado, possibilitarão a fabricação de queijo tipo
coalho proveniente de rebanhos bubalino e bovino, doce de leite, iogurte,
provolone, mussarela e ricota.
Entre os
maquinários adquiridos estão uma caldeira, uma queijomatic, (máquina
automatizada para o aprimoramento do queijo coalho industrial de bovino e
bubalino), prensas pneumáticas (que compacta o queijo prato, minas e frescal) e
também um pasteurizador de leite e máquina para produzir iogurte. Há também uma
máquina para produção de doce de leite, manteiga e produção de ricota. Uma
empacotadora, uma máquina para corte e produção de leite ensacado in
natura também foram adquiridos.
Este ano, as
novidades estão por conta da inauguração da maior fábrica de laticínios do
Estado, de propriedade dos cooperados. A fábrica entrará em
funcionamento no dia 10 deste mês e terá capacidade de beneficiar mais de 50 mil
litros de leite ao dia. Além disso, produzirá uma série de laticínios que serão
comercializados junto a grandes empresas varejistas.
“O que se produz no
Amazonas é consumido aqui, cerca de 90%. Depois do processo de fabricação
melhorado e ampliado, teremos um parque produtivo, o que é muito importante para
vislumbrarmos novos voos”, afirmou.
Os contratos com o
município de Manaus, com o governo do Estado e governo federal, além de
beneficiar milhares de instituições carentes, também é uma importante porta de
saída para os produtos das cooperativas.
Coopfamma - A Cooperativa de Fruticultura dos Agricultores do
Município de Manacapuru (Coopfamma) entregou neste ano, uma série de
carregamentos de 35 toneladas de melancia e nove toneladas de abóbora à Companha
Nacional de Abastecimento (Conab), pelo Programa de Aquisição de Alimentos
(PAA). O repasse é parte de um contrato de escoamento do total de 170 toneladas
de melancia e outras 32 toneladas de abóbora.
A Coopfamma tem
recebido do governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Produção Rural
(Sepror) apoio tanto na produção quanto no escoamento e comercialização da
produção. O barco utilizado para transportar a produção dos agricultores
familiares foi doado pela Sepror em parceria com o CDH – Conselho de
Desenvolvimento Humano, em 2009.
A presidente, Núbia
Santos declarou que, as ações da Sepror fortaleceram a esperança dos
agricultores familiares do Ajaratubinha e os demais polos de
produção.
Os trabalhos foram
retomados mais fortemente após a enchente deste ano. No início de 2013, foram
plantados mamão, melancia e abóbora. Além da macaxeira e da melancia,
carros-chefes da produção, a Coopfamma trabalha com milho, pepino, maxixe,
pimenta de cheiro e maracujá, em menor escala.
Os produtores da
cooperativa estão situados nas comunidades do Marrecão, Costa do Ajaratubinha e
Costa do Paratari, nas extensões das estradas Manoel Urbano, em Manacapuru e
estrada do município de Novo Airão.
Fonte: Sistema
OCB/Sescoop-AM
Texto: Carla Santos/Coopcom –
Cooperativa de Comunicação do Amazonas
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