O Instituto Centro da Vida (ICV), entidade que atua na área de
sustentabilidade ligada ao uso da terra e dos recursos naturais, fecha o ano de
2013 comemorando o sucesso do projeto Pecuária Integrada de Baixo Carbono,
iniciado há um ano em Alta Floresta, no Estado de Mato Grosso. O projeto, que
visa ampliar a produtividade da pecuária no bioma Amazônia ao mesmo tempo em que
contribui para reduzir a abertura de novas áreas, selecionou dez propriedades em
Alta Floresta que desenvolvem a atividade, sendo 2 na pecuária de leite e 8 na
pecuária de corte.
– A produtividade média na área intensificada (URT),
ou seja, onde reformamos ou recuperamos, já apresenta resultado 5,75 vezes maior
que a média do Estado – exemplificou o coordenador da Iniciativa Pecuária
Integrada do ICV, Vando Telles de Oliveira.
Segundo o coordenador, o
objetivo do projeto é implementar uma agenda de municípios sustentáveis em Alta
Floresta, por meio de um programa de boas práticas agropecuárias, com ênfase em
uma economia de baixa emissão de carbono, e servindo de referência para todos os
elos da cadeia de carne bovina, desde o produtor até o varejo. Depois de 18
meses de projeto, o ICV se prepara para iniciar a segunda etapa do projeto, que
contará também com a implementação do Núcleo de Assistência Técnica Integrada
(NATI), voltado para a capacitação técnica na região norte de Mato Grosso.
– Nesta formação o técnico, ou gestor, receberá cursos teóricos e
práticos em nível de pós-graduação. Como parceiros do projeto, teremos a Embrapa
Agrossilvipastoril, a instituição de ensino Rehagro e estamos dialogando com a
Universidade da Flórida – disse Oliveira.
Um dos parceiros do projeto
pecuária, o grupo JBS, contribuiu para a produção de uma carne de qualidade na
Amazônia, atendendo critérios sociais, ambientais, econômicos e de
rastreabilidade. Como contrapartida, o grupo garante a compra do gado bovino dos
pecuaristas que integram o projeto.
– O próximo passo é buscar uma
parceria com o varejo para chegar ao consumidor final de forma transparente,
permitindo identificar a origem do produto – adiantou Oliveira.
Em todas
as propriedades, segundo Oliveira, o projeto leva o conhecimento sobre as
melhores práticas para desenvolver a atividade de forma integrada, no intuito de
fortalecer a gestão das propriedades.
– Os gestores passam, assim, a
olhar para a propriedade como um sistema equilibrado, preconizando adotar
práticas que melhorem o uso do solo e dos recursos hídricos –
explicou.
Os técnicos do ICV fazem um acompanhamento mensal das fazendas
que integram o projeto e orientam os envolvidos nas ações para manter o controle
de indicadores agronômicos, econômicos, zootécnicos e de balanço de carbono.
– Isso se faz necessário para mostrar a viabilidade técnica e econômica
da adoção das práticas recomendadas e o impacto das mesmas na redução das
emissões – disse Oliveira.
OBSERVATÓRIO ABC
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